MONTECCHIO GIANNI, FRANCESCA
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MONTECCHIO GIANNI, FRANCESCA
Francesca Montecchio
Paciente
HISTÓRIA
"Lembre-se que somente eu irei amar você, Francesca..."
Contos de fadas geralmente começam com uma história trágica, como exemplo a Cinderela, que perdeu a mãe e ganhou uma madrasta insuportável, levando de brinde duas irmãs malvadas, mas no final, tudo deu certo, ela conseguiu ir ao baile, conheceu o príncipe, perdeu o sapatinho e ele a encontrou. Felizes para sempre. Contos de fadas são assim, mas o meu começa com uma história feliz e acaba em tragédia... Infeliz para sempre.
Cresci em Veneza, na Itália. Meu sobrenome carrega uma história, Shakespeare escreveu sobre minha família, os Montecchio e os Capuleto sempre em pé de guerra, mas os apaixonados Romeu e Julieta só pensavam em ser felizes para sempre... Olhe só, pensavam como eu e tiveram um final tão terrível quanto. Seria maldição do sobrenome? Culpa deste autor maldito.
Desde pequena brincava por entre as vinícolas, minha família é uma das grandes produtoras de vinho da região e família de Zack é uma das nossas "sócias", os negócios entre nossos pais é antigo, mas o nosso amor era recente. Posso dizer que já nasci tendo um amigo, ele era apenas 1 ano mais velho que eu e cuidava de mim como se eu fosse a sua mais preciosa joia, mamãe dizia que desde muito novinhos ela via o brilho do amor em nossos olhos, era como se o destino estivesse sendo extremamente generoso conosco nos entregando de bandeja esse amor. Mal sabia ela que o fim não seria um sonho, tudo uma pregação de peça da vida.
A vida era perfeita, amor de pai e mãe, filha unica cheia de mimos, um amigo leal e fiel para brincar, vizinhos que eram tratados como familiares, um sonho. Mas, o pesadelo começava ainda quando muito pequena... Eu tinha 9 anos e Zack 10, ele tentava me ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas, era um ótimo incentivador, não demorou muito até que eu aprendesse, ele sempre corria ao meu lado para garantir que se a bicicleta tombasse eu não iria cair no chão e me machucar. Numa dessas corridas, por descuido, o mesmo tropeçou e com o tombo ralou os joelhos, um deles tinha apenas arranhões, mas o esquerdo escorria pequenas gotas do quente liquido vermelho. Salivei e o encarei, ele era forte sobre aquela dor, mas eu não me sentia forte para segurar aquela vontade. Lembro como se fosse ontem, olhei nos olhos de Zack e ele pareceu entender o que eu queria: Prove... - Ele disse. E assim fiz, passando devagar a língua sobre o machucado, sentindo o sabor doce do ferro, suspirando de satisfação e como uma droga aquilo me viciou rapidamente, queria todos os dias desde então e com o tempo Zack me apelidava de cadelinha, pois toda a vez que eu provava de seu sangue, eu o lambia até o fim.
Zack gostaria de me ver feliz e nutria meu vicio dando suor e sangue, literalmente sangue, seus braços e pernas sempre machucados e ralados, ele gostava da dor em me fazer feliz e por mais que me doesse o peito vê-lo machucado, eu queria por mais, cada vez cortes mais profundos, mais sangue que se espalhava, mas precisávamos pensar em outra alternativa, qualquer dia desses eu mesma o mataria para bebe-lo por inteiro.
Conforme fui entrando na adolescência fui criando um perfeccionismo com meu próprio corpo, eu não tinha cicatrizes, detestava andar no sol, cuidava da minha pele muito bem e Zack apreciava isso, pois eu só conseguia permitir marcas em meu corpo quando nós fazíamos amor. Ele sentia-se orgulhoso quando minha pele branca estampava a vermelhidão de suas mãos. Quando criança o gosto por sangue não era visto como algo sexual, mas assim que descobri o prazer de um orgasmo meu corpo tremia em desejo de gozar com aquele mesmo gosto de ferro na boca. Zack me deixava feri-lo fazendo amor, seus lábios sempre estavam machucados pelas minhas mordias assim como seus ombros, nos braços cortes com a lamina afiada que ele deslizava para me ver sorrir, tudo por mim, minha culpa aquilo acontecer, minha culpa amar aquilo tudo.
Nossos pais aprovavam nosso relacionamento, mas se soubessem o quão toxico era, talvez jamais tivessem nos proposto a ideia de estudar fora. O Canadá era nosso destino, iriamos para lá estudar a língua e concluir os nossos estudos, quem sabe iniciar uma faculdade. Ambos tínhamos o sonho de continuar os negócios da família, fundir ambos os negócios, seriamos a maior vinícola da Itália. Até que um dia eu passei dos limites... Já éramos residentes do novo país, aos 17 anos feri ele gravemente, o sangue que ele perdeu foi tanto que precisamos correr para o hospital onde ele ficou internado por dois dias para se recuperar. Sugeri a Zack que talvez eu precisasse de um tratamento, mas ele negou e disse que daria um jeito, que eu não precisaria abrir mão de nada que eu amava.
Passaram-se poucos dias após o acidente, menos de uma semana e os reflexos da falta de sangue começavam a ser notáveis, o estresse, a ansiedade, por vezes insonia, tão torturante, mais torturante ainda era ver que Zack parecia sofrer mais que eu, ele tentou me oferecer o sangue de animais pequenos como esquilos, mas eu tinha repulsa a sangue de animais, eu queria o quente sangue de nós, como uma pequena vampirinha.
Enquanto estava no meu trabalho de meio período como ajudante de uma professora no jardim recebi uma ligação, hoje a noite haveria um jantar especial em nossa casa, Zack foi cuidadoso ao não me dar os detalhes, pois queria que fosse uma surpresa e pelo tom da sua voz ele estava feliz e isso me deixava feliz. Não houve tempo para tomar um banho ou colocar roupas mais bonitas, assim que abri a porta do apartamento dei de cara com Zack segurando uma taça de vinho, em risos, junto a um rapaz de pouco mais de vinte e poucos anos:
- Ai está ela! - Zack disse se aproximando, onde me tomou nos braço e sussurrou em meio a um abraço "apenas siga o teatro", dando-me um selinho em seguida. Fui apresentada ao tal rapaz, um jovem que sonhava em ser advogado e que pela lábia de Zack havia sido convencido a me encontrar, pois eu poderia lhe dar uma bolsa para a faculdade. Como havia sido mandado, segui o roteiro, segui a peça, fui uma ótima atriz naquela peça. Conforme o vinho acabava e a madrugada acontecia o clima esquentava, Zack sugeriu que sentássemos na sala, sobre meu tapete branco, para uma conversa mais casual.
O rapaz e ele trocavam piadas e dialogavam sobre diversas coisas, meu namorado permaneceu abraçado em mim, me acariciando, tocando, beijando naquele ponto fraco da nuca, percebia a maldade de Zack, ele queria não só me excitar, mas deixar nosso convidado assim também, mas por que? Ele nunca me disse seu interesse pelo mesmo sexo: Pode toca-lo... - Ele sussurrou em meu ouvido e colocou a pequena lamina sobre a minha mão, com o cuidado para que o jovem não pudesse ver e caminhando como uma gatinha eu me aproximei da visita, esbanjando meu melhor sorriso. Em resumo, assim que ele se deitou sobre o tapete branco eu fiz o corte em seu pescoço, tudo ali se pintou de vermelho e como uma leoa eu ataquei... Como um leão Zack me atacou e sobre o sangue, o corpo, a maldade, fizemos amor. Desde então cada semana recebíamos alguém diferente em casa. Eu não sabia como Zack se livrava dos corpos, mas meu trabalho era tirar a mancha de sangue e a fascinação pela mistura do branco com o vermelho na hora do ato fazia com que eu me empenhasse nisso e tudo voltava a ficar tão limpo quanto antes.
Crescemos mais, amadurecemos e o prazer pelo sangue aumentava, continuamos nossos momentos a dois da forma macabra aos olhos alheios, mas aos nossos, era lindo. Mas tudo que é bom dura pouco... Com o passar do tempo a policia achava provas que envolviam Zack em diversos crimes, desde homens até mulheres eu provei do sangue graças a ele, mas um dia não pudemos esconder,fomos descobertos e condenados. Zack confessou todos os crimes e me fez parecer doente para que eu não tivesse que cumprir a mesma sentença que ele, de cúmplice virei o experimento dele, como ele mesmo disse, ele se culpou por esse meu jeito e contou em meio a um juri que toda a fascinação pelo sangue ele havia me ensinado, ele havia me manipulado, porque era o prazer dele me ver matar alguém. Por isso eu não fui ouvida, apenas recebi a intimação, deveria ser internada para tratar meu desencaixe psicológico influenciado pelo meu namorado, como o juiz mesmo disse.
Antes de morrer, os presos tem o direito de fazer uma ultima refeição que eles mesmos podem escolher, mas Zack pediu para que passasse sua ultima noite comigo e com nossa família, por sorte a mão do juiz foi "molhada" pelo pai dele e o pedido foi aceito, o meu psicologo disse que seria bom para mim ter uma despedida positiva de Zack já que vivemos juntos a vida toda.
Em nosso apartamento, na nossa linda cama com os edredons brancos nos deitamos, a festa de despedida havia acabado, todos choravam menos nós, estávamos sendo fortes um pelo outro. Abraçada a ele eu cedi, as lágrimas escorreram e ele me consolou: Eu não quero morrer longe dos seus braços... Faremos do jeito que gostamos, do jeito que eu morreria feliz. - Entendia o que ele queria dizer, mas ainda sim eu não queria. Nos amamos por horas, a noite de amor mais linda que tivemos, no ápice da noite ele me olhou com lágrimas nos olhos e disse suas ultimas palavras: Lembre-se que somente eu irei amar você, Francesca... - E antes que eu pudesse responder ele passava a lamina sobre sua garganta, seus últimos esforços e últimos suspiros foram para me dar prazer e eu aproveitei cada instante o vendo desfalecer, o vicio foi maior que a dor da perda, a ultima vez que eu o provava, a ultima vez que seu sangue me tocava a boca, a ultima vez que eu o amava.
No dia seguinte fui encontrada nua sobre um corpo ensanguentado, todos procuraram não ficar chocados, mas foi quase impossível não ver o horror em seus olhos e como destino fui encaminhada para o famoso Instituto Mortiri, onde fui diagnosticada com Hematomania e TOC com predomínio de comportamentos compulsivos, pelo fato de ter a obsessão pela limpeza e pelas cores branco e vermelho. Talvez ficar num lugar como esse não fosse tão ruim se Zack pudesse me acompanhar, pois ele não era um assassino, era um doente que assim como eu, não queria a cura.
Contos de fadas geralmente começam com uma história trágica, como exemplo a Cinderela, que perdeu a mãe e ganhou uma madrasta insuportável, levando de brinde duas irmãs malvadas, mas no final, tudo deu certo, ela conseguiu ir ao baile, conheceu o príncipe, perdeu o sapatinho e ele a encontrou. Felizes para sempre. Contos de fadas são assim, mas o meu começa com uma história feliz e acaba em tragédia... Infeliz para sempre.
Cresci em Veneza, na Itália. Meu sobrenome carrega uma história, Shakespeare escreveu sobre minha família, os Montecchio e os Capuleto sempre em pé de guerra, mas os apaixonados Romeu e Julieta só pensavam em ser felizes para sempre... Olhe só, pensavam como eu e tiveram um final tão terrível quanto. Seria maldição do sobrenome? Culpa deste autor maldito.
Desde pequena brincava por entre as vinícolas, minha família é uma das grandes produtoras de vinho da região e família de Zack é uma das nossas "sócias", os negócios entre nossos pais é antigo, mas o nosso amor era recente. Posso dizer que já nasci tendo um amigo, ele era apenas 1 ano mais velho que eu e cuidava de mim como se eu fosse a sua mais preciosa joia, mamãe dizia que desde muito novinhos ela via o brilho do amor em nossos olhos, era como se o destino estivesse sendo extremamente generoso conosco nos entregando de bandeja esse amor. Mal sabia ela que o fim não seria um sonho, tudo uma pregação de peça da vida.
A vida era perfeita, amor de pai e mãe, filha unica cheia de mimos, um amigo leal e fiel para brincar, vizinhos que eram tratados como familiares, um sonho. Mas, o pesadelo começava ainda quando muito pequena... Eu tinha 9 anos e Zack 10, ele tentava me ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas, era um ótimo incentivador, não demorou muito até que eu aprendesse, ele sempre corria ao meu lado para garantir que se a bicicleta tombasse eu não iria cair no chão e me machucar. Numa dessas corridas, por descuido, o mesmo tropeçou e com o tombo ralou os joelhos, um deles tinha apenas arranhões, mas o esquerdo escorria pequenas gotas do quente liquido vermelho. Salivei e o encarei, ele era forte sobre aquela dor, mas eu não me sentia forte para segurar aquela vontade. Lembro como se fosse ontem, olhei nos olhos de Zack e ele pareceu entender o que eu queria: Prove... - Ele disse. E assim fiz, passando devagar a língua sobre o machucado, sentindo o sabor doce do ferro, suspirando de satisfação e como uma droga aquilo me viciou rapidamente, queria todos os dias desde então e com o tempo Zack me apelidava de cadelinha, pois toda a vez que eu provava de seu sangue, eu o lambia até o fim.
Zack gostaria de me ver feliz e nutria meu vicio dando suor e sangue, literalmente sangue, seus braços e pernas sempre machucados e ralados, ele gostava da dor em me fazer feliz e por mais que me doesse o peito vê-lo machucado, eu queria por mais, cada vez cortes mais profundos, mais sangue que se espalhava, mas precisávamos pensar em outra alternativa, qualquer dia desses eu mesma o mataria para bebe-lo por inteiro.
Conforme fui entrando na adolescência fui criando um perfeccionismo com meu próprio corpo, eu não tinha cicatrizes, detestava andar no sol, cuidava da minha pele muito bem e Zack apreciava isso, pois eu só conseguia permitir marcas em meu corpo quando nós fazíamos amor. Ele sentia-se orgulhoso quando minha pele branca estampava a vermelhidão de suas mãos. Quando criança o gosto por sangue não era visto como algo sexual, mas assim que descobri o prazer de um orgasmo meu corpo tremia em desejo de gozar com aquele mesmo gosto de ferro na boca. Zack me deixava feri-lo fazendo amor, seus lábios sempre estavam machucados pelas minhas mordias assim como seus ombros, nos braços cortes com a lamina afiada que ele deslizava para me ver sorrir, tudo por mim, minha culpa aquilo acontecer, minha culpa amar aquilo tudo.
Nossos pais aprovavam nosso relacionamento, mas se soubessem o quão toxico era, talvez jamais tivessem nos proposto a ideia de estudar fora. O Canadá era nosso destino, iriamos para lá estudar a língua e concluir os nossos estudos, quem sabe iniciar uma faculdade. Ambos tínhamos o sonho de continuar os negócios da família, fundir ambos os negócios, seriamos a maior vinícola da Itália. Até que um dia eu passei dos limites... Já éramos residentes do novo país, aos 17 anos feri ele gravemente, o sangue que ele perdeu foi tanto que precisamos correr para o hospital onde ele ficou internado por dois dias para se recuperar. Sugeri a Zack que talvez eu precisasse de um tratamento, mas ele negou e disse que daria um jeito, que eu não precisaria abrir mão de nada que eu amava.
Passaram-se poucos dias após o acidente, menos de uma semana e os reflexos da falta de sangue começavam a ser notáveis, o estresse, a ansiedade, por vezes insonia, tão torturante, mais torturante ainda era ver que Zack parecia sofrer mais que eu, ele tentou me oferecer o sangue de animais pequenos como esquilos, mas eu tinha repulsa a sangue de animais, eu queria o quente sangue de nós, como uma pequena vampirinha.
Enquanto estava no meu trabalho de meio período como ajudante de uma professora no jardim recebi uma ligação, hoje a noite haveria um jantar especial em nossa casa, Zack foi cuidadoso ao não me dar os detalhes, pois queria que fosse uma surpresa e pelo tom da sua voz ele estava feliz e isso me deixava feliz. Não houve tempo para tomar um banho ou colocar roupas mais bonitas, assim que abri a porta do apartamento dei de cara com Zack segurando uma taça de vinho, em risos, junto a um rapaz de pouco mais de vinte e poucos anos:
- Ai está ela! - Zack disse se aproximando, onde me tomou nos braço e sussurrou em meio a um abraço "apenas siga o teatro", dando-me um selinho em seguida. Fui apresentada ao tal rapaz, um jovem que sonhava em ser advogado e que pela lábia de Zack havia sido convencido a me encontrar, pois eu poderia lhe dar uma bolsa para a faculdade. Como havia sido mandado, segui o roteiro, segui a peça, fui uma ótima atriz naquela peça. Conforme o vinho acabava e a madrugada acontecia o clima esquentava, Zack sugeriu que sentássemos na sala, sobre meu tapete branco, para uma conversa mais casual.
O rapaz e ele trocavam piadas e dialogavam sobre diversas coisas, meu namorado permaneceu abraçado em mim, me acariciando, tocando, beijando naquele ponto fraco da nuca, percebia a maldade de Zack, ele queria não só me excitar, mas deixar nosso convidado assim também, mas por que? Ele nunca me disse seu interesse pelo mesmo sexo: Pode toca-lo... - Ele sussurrou em meu ouvido e colocou a pequena lamina sobre a minha mão, com o cuidado para que o jovem não pudesse ver e caminhando como uma gatinha eu me aproximei da visita, esbanjando meu melhor sorriso. Em resumo, assim que ele se deitou sobre o tapete branco eu fiz o corte em seu pescoço, tudo ali se pintou de vermelho e como uma leoa eu ataquei... Como um leão Zack me atacou e sobre o sangue, o corpo, a maldade, fizemos amor. Desde então cada semana recebíamos alguém diferente em casa. Eu não sabia como Zack se livrava dos corpos, mas meu trabalho era tirar a mancha de sangue e a fascinação pela mistura do branco com o vermelho na hora do ato fazia com que eu me empenhasse nisso e tudo voltava a ficar tão limpo quanto antes.
Crescemos mais, amadurecemos e o prazer pelo sangue aumentava, continuamos nossos momentos a dois da forma macabra aos olhos alheios, mas aos nossos, era lindo. Mas tudo que é bom dura pouco... Com o passar do tempo a policia achava provas que envolviam Zack em diversos crimes, desde homens até mulheres eu provei do sangue graças a ele, mas um dia não pudemos esconder,fomos descobertos e condenados. Zack confessou todos os crimes e me fez parecer doente para que eu não tivesse que cumprir a mesma sentença que ele, de cúmplice virei o experimento dele, como ele mesmo disse, ele se culpou por esse meu jeito e contou em meio a um juri que toda a fascinação pelo sangue ele havia me ensinado, ele havia me manipulado, porque era o prazer dele me ver matar alguém. Por isso eu não fui ouvida, apenas recebi a intimação, deveria ser internada para tratar meu desencaixe psicológico influenciado pelo meu namorado, como o juiz mesmo disse.
Antes de morrer, os presos tem o direito de fazer uma ultima refeição que eles mesmos podem escolher, mas Zack pediu para que passasse sua ultima noite comigo e com nossa família, por sorte a mão do juiz foi "molhada" pelo pai dele e o pedido foi aceito, o meu psicologo disse que seria bom para mim ter uma despedida positiva de Zack já que vivemos juntos a vida toda.
Em nosso apartamento, na nossa linda cama com os edredons brancos nos deitamos, a festa de despedida havia acabado, todos choravam menos nós, estávamos sendo fortes um pelo outro. Abraçada a ele eu cedi, as lágrimas escorreram e ele me consolou: Eu não quero morrer longe dos seus braços... Faremos do jeito que gostamos, do jeito que eu morreria feliz. - Entendia o que ele queria dizer, mas ainda sim eu não queria. Nos amamos por horas, a noite de amor mais linda que tivemos, no ápice da noite ele me olhou com lágrimas nos olhos e disse suas ultimas palavras: Lembre-se que somente eu irei amar você, Francesca... - E antes que eu pudesse responder ele passava a lamina sobre sua garganta, seus últimos esforços e últimos suspiros foram para me dar prazer e eu aproveitei cada instante o vendo desfalecer, o vicio foi maior que a dor da perda, a ultima vez que eu o provava, a ultima vez que seu sangue me tocava a boca, a ultima vez que eu o amava.
No dia seguinte fui encontrada nua sobre um corpo ensanguentado, todos procuraram não ficar chocados, mas foi quase impossível não ver o horror em seus olhos e como destino fui encaminhada para o famoso Instituto Mortiri, onde fui diagnosticada com Hematomania e TOC com predomínio de comportamentos compulsivos, pelo fato de ter a obsessão pela limpeza e pelas cores branco e vermelho. Talvez ficar num lugar como esse não fosse tão ruim se Zack pudesse me acompanhar, pois ele não era um assassino, era um doente que assim como eu, não queria a cura.
Francesca Montecchio ESTÁ
Paciente
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Nath
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Hospital
Idade :
N/a.
Frase :
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