Quarto 5

THEODORE V.LIECH & JYNX GHOREN

Um quarto de 4 metros quadrados, com uma iluminação forte e branca. 3 paredes são de cor branca e a parede das cabeceiras das camas são azuis-cinza. No quarto, na parede lateral esquerda, tem uma cabine onde há uma pia e um sanitário; A cabine se fecha automaticamente quando se entra ela e se abre quando sente a palma da mão do paciente pressionando a porta. As beliches são de madeira branca com lençois e fronhas azuis-cinza.

Criado por Frozen •

A Cela - Capítulo 1

A via naquele lugar era complicada, pois a cada dia que passava, minhas alucinações estava pior e o remédio já não fazia mais efeito algum. Isso me deixava irritado, pois me atrapalhava em certos momentos, me fazendo buscar a solidão e ficar longe das pessoas. Havia estabelecido uma rotina, ou seja, sempre fazia as mesmas coisas. Aquilo não me deixava feliz, mas era melhor do que qualquer outra coisa, afinal, ou fazia algo ou ficava completamente maluco.

Havia acabado de jantar e ao contrário daquele dia, havia decidido por ir para meu quarto, sem passar na livraria, como de costume. Quebrar a rotina? Não era o que queria, mas naquele dia eu não estava bem, estava um tanto quanto agitado e os Theodore dentro de mim pareciam bagunçar a minha cabeça e deixar-me cada vez mais louco, o que me irritava e me tornava de certa forma uma ameaça. Precisava sentar, refletir no rumo que a minha vida havia tomado e o que faria dela. Estava condenado ao inferno e não tinha muito o que fazer, era o meu castigo por ter feito coisas erradas e por isso, eu tinha que aceitar.

Cansado de tudo, assim que cheguei me joguei na cama, na de baixo mesmo, onde eu nunca ficava. Tinha preferência pela cama de cima, onde me sentia mais seguro e achava que ali não tinha como os demônios me pegar. Deixei a minha mente viajar para longe e quando me dei conta, aquelas paredes não eram mais frias, mas sim um verdadeiro quarto de luxo. As paredes tinham uma cor delicada, coma alguns quadros pendurados. A janela, estava mantinha-se aberta, permitindo uma suave brisa que bagunçava com os meus cabelos, o que deixava-me completamente renovado. A visão, está era especial, dava para as montanhas, de onde eu podia ver um longo rio. De eu onde eu tirava isso? Não sabia dizer, não sabia se existia um lugar desta forma, mas aquilo me fazia se sentir melhor, me deixava um tanto que mais confortável.

Não sabia a quanto tempo eu estava perdido em meus pensamentos, mas logo a porta se abriu, revelando as paredes cinzas e melancólicas outra vez, estava de volta a realidade. Fiquei um tanto que cego devido à forte luz que jorrava do corredor. Aquilo era realmente necessário? Claro que não, mas em Mortiri, era assim que as coisas funcionavam. Sentei-me na cama, batendo a cabeça o que me fez ficar ainda mais tonto do que já era, por isso, tudo o que consegui ver antes da porta se fechar foi a silhueta de uma garota. Será que era a minha hora? Se fosse, eu aceitaria, melhor do que tanto sofrimento. Porém, logo que meus olhos se habituaram a luz do lugar, uma vez que a cela estava trancada novamente, me deparei com uma linda menina, a qual eu ainda não tinha visto ali. Fiquei confuso, mas ao que parecia, não era mais sozinho naquele lugar. – Oi? – disse me levantando e parando na frente da menina. Não sabia muito bem o que dizer, afinal, estava mais perdido do que cego e tiroteio. – Sou Theodore...
 

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A Cela - Capítulo 2

A garota parecia tão confusa quanto eu, o que não era um bom sinal, afinal, meu sofrimento ainda não teria fim. Às vezes me parava a pensar se o que faltava era tortura, ou se aquele era um dos infernos da mitologia grega, porém, em uma versão mais moderna. Mas, naquele momento, aquilo era o de menos. Percorri meus dedos por meus cabelos e sorri, tentando mostrar simpatia para a menina, porém, ela era fria, ou melhor, direta e aquilo me fez recuar alguns passos para trás, o que não queria dizer muita coisa, afinal, era minúsculo o cômodo que nos encontramos.

– Este é o meu quarto... – respondi, ainda confuso com aquelas coisas que estavam acontecendo de forma cada vez mais rápida. Era muita coisa em tão pouco tempo, o que praticamente me deixava a beira da loucura. Ah sim, esqueci, eu já cheguei na loucura, afinal, já tenho ilusão. – Jynx? – questionei, sentando-me na cama e a encarando por alguns segundos, sem saber o que falar para a menina na minha frente. – É um bonito nome. – falei por fim, buscando a olhá-la nos olhos, tentando definir o que realmente eu poderia esperar daquele lugar. – E você, o que faz aqui?

Estava em uma situação completamente complicada, sem saber como agir, ou o que fazer. Ao que parecia, Jynx era a minha nova companheira de quarto, o que de certa forma eu gostei, afinal, parecia que não teríamos problemas um com o outro, mas isto era apenas a primeira impressão eu poderia estar enganado. – Bem, acho que vamos dividir o mesmo espaço... – tentei novamente começar um diálogo, ainda que achasse que não teria sucesso algum. Jynx parecia estar assustada, ou pelo menos era o que eu estava vendo, embora, eu não fosse tão bom com essas coisas. – Prefere a cama de cima ou de baixo? – encarei-a por algum segundo, esperado por sua resposta, voltando a ficar em pé, já que paciência nunca fora o meu forte. – Como chegou até aqui? – eram muitas perguntas, mas o que eu poderia fazer? A situação me obrigava.
 

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A Cela - Capítulo 3

Para ser sincero, toda aquela confusão me deixará atordoado, afinal, não sabia muito bem como lidar com a moça a minha frente. Tinha me adaptado a ficar sozinho, longe das pessoas, interagindo com muita pouca gente, estas que geralmente puxaram assunto comigo, porém, agora estava ali, diante de Jynx, a qual seria a minha companheira de quarto, ou seja, de todo dentro de Mortiri, seria ela que estaria ao meu lado na maior parte do tempo e que bem provavelmente com a pessoa que eu poderia mais contar, o que deixava-me preocupado, já que ainda não a conhecia.

Estava tão confuso, que se quer notei o quanto estava sendo grosseiro e inconveniente, afinal, estava enchendo a garota de perguntas e a maioria dela, como eu bem sabia, era praticamente impossível e se responder. – Me desculpa! – disse voltando a me aproximar dela, ficando parando a alguns metros da garota. – É que esse lugar as vezes me confunde todo... – ainda mantinha o sorriso sem graça em meus lábios, o que me fez lembrar que estava sem camisa por alguma razão, o que não era comum, já que aquele quarto estava frio, mas isso não durou muito tempo, pois logo peguei a minha camisa em cima da cama e a vesti. – Ok! A cama de baixo é sua.

A garota havia tocado em um ponto que era extremamente delicado, mas que no fundo, ela tinha razão. Se íamos ficar juntos dentro daquele minúsculo quarto, deveríamos um confiar no outro, mas como eu poderia confiar em alguém que havia acabado de conhecer? Não sabia, mas por alguma razão, sabia que Jynx era merecedora de um voto. – Confio... – disse segurando a mão dela. – E você, confia em mim? – completei, direcionando meus olhos na direção dos dela. – Muito bem... Deixa eu te ajudar... – disse após ouvir a sua resposta, ajeitando a cama dela que eu havia bagunçando anteriormente e explicando como as coisas naquele lugar que agora era o nosso lar. – Preciso saber de alguma coisa?
 

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A Cela - Capítulo 4

Se eu soubesse o que estava por mim, certamente não abriria a minha boca. Se eu estava sendo educado, a garota não mostrava em nada uma forma de facilitar as coisas e aquilo havia me irritado. Mas, de certa forma, em algumas coisas ela tinha razão, pois, agora era uma vida a dois e precisávamos colocar limite nas coisas. Respirei ofegante, sentindo meu corpo quente e logo me dei conta o que estava acontecendo, o outro Theodore queria sair para fora e aquilo era perigoso e me fez querer gritar e sair correndo. O que fazer?

– Concordo com as regras, mas quanto as outras pessoas, vamos combinar um sinal para ficar claro. – disse com um tom autoritário na voz, afinal, aquele quarto era meu antes dela. Sem perceber arranquei minha camisa novamente, ficando mais livre, o que era sinal que o Theodore número dois começava a ganhar seu terreno, por isso eu teria que ser rápido. Parei na frente da menina e a olhei nos olhos, tentando mostrar as coisas de forma mais simples possível – Você precisa saber de algumas coisas... – comecei, me agachando para ficar na altura dos olhos da jovem que se encontrava a minha frente. Ainda não estava certo se deveria ou não contar par ela, porém, isso poderia representar a segurança de Jynx, por isso, tinha que compartilhar do segredo com a mesma. Não sabia até onde o meu outro eu poderia ir, muito menos do que ele era capaz. – Eu devo ter outras personalidades além desta e nunca sei qual vai tomar o contorle.... Também deve tomar contato com o que vê... As vezes, sou capaz de projetar o que imagino para outras pessoas, de modo que fica o real suficiente para que ela acredite. – fui rápido, mas logo sabia que perderia o controle.

 

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A Cela - Capítulo 5

Era nítido que a minha transformação incomodava a menina, uma vez que ela se afastou e seus olhos mantinham atento a cada movimento meu. Também estava me preocupando, pois não sabia por quanto tempo eu ia me controlar e o Theodore versão dois já começava a assumir o controle, começando a fazer as coisas a sua maneira. Senti as minhas mãos deslizarem pelas pernas dela de forma provocadora, porém, com o que ainda me restava de lucidez consegui me controlar e afastar as mãos da garota. Por que? Ela era linda, mas isso não me dava direito de certas liberdades. Mas, por quanto tempo eu estaria no controle?

– Acho melhor se acostumar, gosto de ficar sem camisa... – falei com um sorriso cínico nos lábios, ainda olhando para as curvas de Jynx. O que havia acontecido? Ainda não adivinharam? O outro Theodore apareceu para dar as cartas de boa vinda a nossa nova parceria de quarto, me trancando em algum lugar de nossa mente, o que me fazia ter que lutar com todas as minhas forças para libertar-se e tomar conta do meu corpo de novo e proteja-la. – Você é muito bonita... – sussurrei próximo ao seu ouvido, afastando-me em seguida, apenas para ver a reação dela.

Porém, uma coisa era certa, minha segunda personalidade não era de agarrar garotas sem nenhum motivo, mas sim de conquistar, ou pelo menos deixar claro a elas que gosta de se divertir e que pode oferecer diversão a elas. Ou seja, quando ela menos esperou, lá estava ele de novo próximo da garota, passando as mãos por sua cintura, a olhando de certa forma com seus olhos hipnotizantes, o que me fez agir novamente e parar, porém, eu apenas conseguia sair por segundos, sendo logo trancando por ele novamente. – Eu não ligaria se fosse me visitar na cama de cima as vezes... – disse em um tom quase que cínico, voltando a encarar os olhos da garota, ao mesmo tempo que um sorriso sarcástico se desenhava em meus lábios.
 

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A Cela - Capítulo 6

Para ser sincero, eu não curtia nem um pouca essa minha nova versão, embora, não tinha ideia qual era a nova versão. A verdade é que agora eu tinha conhecimento de duas personalidades, mas eu não tinha lembrança do meu passado lá fora, ou seja, como saberia como eu era fora daquela prisão? Será que era o Theodore doce, inocente, ou o outro, perverso, que apenas pensa em você. Não tinha ideia e tinha quase a certeza que jamais saberia disso. Nem mesmo os flashes que tinha me ajudavam, afinal, não sabia se era, ou não verdadeiros.

A situação dentro do quarto ficava cada vez mais intensa, quente, o que era um perigo para mim e para a menina a minha frente. Como já foi dito, não sabia nada sobre Jynx, por isso, não sabia se ela também era capaz de fazer as mesmas proezas que eu, o que não era tão importante no momento, uma vez que eu parecia estar no controle e a menina acuada. Sentia uma luta dentro do meu peito, o Theodore inocente lutava para proteger a garota, mas o outro era mais forte, por isso, deixava-o preso em algum lugar da memória e avançava contra a garota. Sentia sua respiração pesada, seu hálito quente sobre o meu rosto, o que significava que eu estava muito perto.

Minhas mãos percorrem pelo corpo da menina de forma sensual, apertando sua cintura e ameaçando subir em direção aos seus seios, senti meus lábios roçar no dela e aquilo me fez sorrir de forma cínica e safada. A minha mão corria em direção a todas as partes de Jynx, porém, não era o que eu queria, ou era? Não sabia, mas uma partia de mim lutava para não fazer nada de mal a ela, se acontecesse, que fosse por vontade de ambos. Meus lábios tomaram os delas em um beijo quente, ou pelo menos quente da minha parte. Porém, o outro Theodore havia se libertado e quando menos esperei, senti a parede gelada sobre as minhas costas, onde permaneci após deixar meu corpo cair sobre o chão. Eu queria me desculpar, mas não tinha vontade ao mesmo tempo... Eu havia gostado das sensações...

 

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A Cela - Capítulo 7

Eu não tinha ideia se tinha me afastado por conta própria, ou se a garota havia me afastado. Estava confuso e a minha começava a bagunçar, o que não era um bom sinal. Sentia minha respiração pesada e minha garganta fechada, era o outro Theodore tentando recuperar o meu controle. Jynx estava de pé, mas certamente não me ajudaria, ninguém espero faria isso, afinal, como saber qual dos Theodore estavam no controle? Estava quase desmaiando sem ar e meu rosto encontrava-se cada vez mais vermelho, eu tinha que agir, pois ou eu morreria, ou perderia novamente o controle do corpo.

Enquanto continuava em minha briga interna, a minha mente continuava a enviar imagens cada vez mais complicadas em minha cabeça, o que me fazia gritar de dor de cabeça. – Não se aproxime... – alertei para a garota, deixando claro qual era o Theodore que estava sobre o controle, ou pelo menos, que ainda estava ali e ela poderia confiar. As paredes novamente já não eram as tristes de Mortiri, pensei em lugares feliz, em coisas que afastassem o outro Theodore. Tinha que proteger Jynx e a mim, mas como fazer isso? Eu era a ameaça naquele lugar. Complicado a minha vida? Imaginem a da menina. – Não se assuste com o que vai acontecer... – disse segundos antes, rezando para que conseguisse fazer o que imaginava ser projetado para ambos.

Ouvi o som de água escorrendo, o que me fez imaginar que estava perto de uma cachoeira. Adorava aquele som, me relaxava, me tranquilizava. A brisa gelada bagunçava os cabelos da menina e batia na minha cara, dando uma sensação de refrescancte, o que fazia eu poder respirar novamente. Abri os olhos e encarei a menina por algum tempo, o Theodore maligno havia se afastado, ele não gostava daquele lugar. Era como se ali fosse o céu e ele não tivesse permissão para entrar. – Aqui ele não poderá voltar. – disse para a garota. Tudo estava calmo, mas por quanto tempo? Eu sabia bem que não era capaz de manter isso por muito tempo, aliás, apenas conseguia por poucos minutos.
 

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A Cela - Capítulo 8

Aquele lugar me acalmava, o que me deixava seguro de que ali o outro Theodore não nos encontraria e que também poderia mantê-lo longe. Mas, muitas coisas haviam acontecido e era natural que Jynx não acreditasse em mim. A menina mantinha-se o mais longe possível e posso dizer que de certa forma isso me feria. Diante daquela reação da minha companheira de quarto, sentia-me um bicho, um animal selvagem, uma fera feroz, incapaz de controlar meus extintos.

Ainda estava sentado, mas desta vez encontrado em uma árvore quando ouvi a voz da menina, exigindo que eu a levasse de volta. Novamente eu a compreendia, afinal, quem garante que isso não era um truque do outro Theodore? Para ser sincero, nem mesmo sou capaz de garantir tal coisa. – Tem certeza? – perguntei, levantando-me e caminhando na direção dela, o que tornava tudo ainda mais complicado. – E se ele voltar? – questionei-me, ajeitando alguns fios do meu cabelo que haviam bagunçado com o vento gelado que soprava naquele lugar.

O que eu não sabia era que tudo ainda poderia piorar. – Espere... Sou eu... – tentei avisar, mas a menina continuava ai para trás, fugindo da minha pessoa. – Cuidado... – não pude terminar a minha frase, pois antes disso ela já havia tropeçado na pedra e caia de costas. Tentei me antecipar para evitar o tombo e ampará-la, mas quando me dei conta, pedras vinham em minha direção. Não deu tempo de dizer nada, pois tudo o que senti foi um forte baque e o mundo se apagou.
 

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A Cela - Capítulo 9

As coisas de maneiras muito rápida e logo após sentir o impacto em minha cabeça, cai completamente desacordado. Na verdade, eu devo ter ido para alguma outra dimensão, ou realidade alternativa, isto é, se isso for possível. Era como se fosse um sonho, ou um pesadelo, cada um diz o que quiser. Para mim, não era bom, pois me trazia uma sensação angustiante, um sufoco, era como estar preso. Podia ver claramente as grades em minha frente e meu corpo preso em correntes, seria a minha hora? Finalmente seria torturado?

Não sei quanto tempo as coisas duraram, mas ao que pareceu não fui muito tempo. Senti gotas de água quente caírem sobre o meu rosto, este que estava amortecido com algo confortável. Quando abri os olhos, a primeira coisa que vi foi o rosto de Jynx, o que me fez abrir um sorriso, pois para mim, estava diante de um anjo. Ela parecia assustada, mas eu já não me lembrava de nada, ou seja, havia perdido a memória pela segunda vez, embora, desta vez apenas que parcial. – O que aconteceu? - perguntei ainda deitado no colo dela, sentindo seus carinhos por meu rosto. Era bom, me trazia uma sensação de conforto, paz. Era como se alguém finalmente gostasse de mim, mesmo que tenhamos nos conhecido a pouco tempo.

Sentia uma dor terrível em minha cabeça e ao olhar para a roupa da menina, percebi que ela estava suja de sangue. Jynx me explicou tudo o que havia acontecido e tudo pareceu muito confuso para mim. Tentei me sentar, mas estava um pouco tonto, por isso, ela me manteve deitado em seu colo. – Acho melhor ninguém saber do que podemos fazer... – sussurrei para ela, deixando que ela cuidasse do ferimento em minha cabeça. – Você é tão linda... – disse novamente entre sussurros, mas desta vez com uma vez melhor, de forma que a menina pudesse perceber que era o bom Theodore que estava ali com ela.
 

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A Cela - Capítulo 10

Era bem claro que não deveríamos contar sobre o que podíamos fazer para os outros, vai que isso cai no ouvido de algum cuidador, ou de algum diretor, o que seria bem pior. Não duvido que seriamos examinados de cabo a rabo e aquilo era o que mais me assustava. Senti o abraço apertado da menina e dei um beijo delicado em seu rosto, mas aquele chão estava gelado e já começava a me dar frio, ou será que era algum efeito da pedrada?

– Desculpe... Manchei toda a sua roupa... – falei logo que me coloquei de pé e como um verdadeiro cavaleiro, a ajudei se erguer também. Ainda estava meio tonto da pancada, o que deixava claro que havia levado uma pedrada de verdade e aquilo me deixava preocupado. – Talvez com o penteado certo, possa esconder esse ferimento. – disse de forma silenciosa, sentando-me na cama de baixo, o que mostrava que ainda não estava acostumado com a situação enquanto usava a minha camisa para limpar o sangue que estava pela a minha cabeça.

Dei um espaço para que a garota sentasse ao meu lado e sorri quando ela pegou a minha camisa e ajudou a me limpar. Para ser sincero, isso foi bem proveitoso, afinal, eu era atrapalhado e estava mais espalhando sangue por minha cara, do que limpando ele. – Obrigado... – disse usando meus dedos para secar suas lágrimas, o que mostrava que havíamos dado um passo para melhorar a nossa confiança. Porém, o maior problema, agora era o frio, meu corpo tremia e meus pelos estavam muito arrepiados. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas ainda estava bem tonto. – Estou com frio...
 

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A Cela - Capítulo 11

Jynx mostrava ser uma boa companheira e à medida que o tempo ia passando, as coisas tornavam-se melhores. Sorri quando ela me ajudou a sentar-se na cama e começou a cuidar de mim, era uma sensação boa, de como finalmente estivesse encontrado alguém bom naquele inferno. Minha testa doía muito, mas ao que parecia, não era um corte profundo, o que deixava tudo mais tranquilo. – Mas ainda assim era sua camisa... Depois eu lavo ela pra você. – falei com um sorriso sereno, tentando mostrar a ela que queria ser seu amigo.

A garota era uma boa enfermeira, por isso, a medida que ia cuidando de mim, eu me sentia melhor. Porém, ainda não era mágica e logo a camisa estava encharcada de sangue. Ela caminhou em direção ao banheiro, onde lavou a minha camiseta e voltou para terminar os meus cuidados, o que me deixava muito grato ao que ela estava fazendo, já que não tinha obrigação. – Obrigado... Por tudo... – disse meio envergonhado, sentindo o pano gelado e úmido em minha testa, que já parecia bem melhor graças a garota.

Ela tinha feito um verdadeiro trabalho, mas era claro que não poderíamos pensar no que ela havia sugerido. – Não... – fiz uma pequena pausa, tentando decidir como explicar isso. – Se eu for lá... Vão querer saber como aconteceu... Não posso contar seu segredo... – disse de forma serena, a olhando nos olhos enquanto passava a mão para analisar a profundidade do corte. – E se eles decidirem nos torturar... Tiverem meios para fazer contar a verdade? – falei novamente, abrindo um sorriso mais carinhoso para a menina, tentando deixa-la mas tranquilizada. – Eu estou bem...

Eu já não estava tonto como no início, por isso, decidi que era ora de subir para a minha cama, porém, fui impedido pela menina, a qual mostrava-se muito carinhosa comigo, mesmo sendo o primeiro dia. – Não é justo... Aqui é sua cama... – disse enquanto ela me deitava e me enrolava com a coberta. Jynx já preparava-se para subir para outra cama, quando a puxei pela perna, a trazendo de volta para perto de mim. – Fica aqui comigo... – sussurrei em seu ouvido, dando um espaço para ela deitar-se ao meu lado, olhando-a de forma carinhosa, tentando fazer com que ela aceitasse minha oferta através do meu olhar.
 

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A Cela - Capítulo 12

Era muito estranho aquelas coisas, pois ao que tudo indicava, estávamos em um beco sem saída. Esconder os poderes era o melhor a ser feito, mas por quanto tempo? Estávamos um lugar que parecia uma prisão de segurança máxima. Eram câmeras para todos os lados, sem falar nos cuidadores, ou seja, quanto levaríamos até que nos descobrissem? Não sei dizer.

Escapei dos meus pensamentos e voltei a minha realidade. Estava cansado e com frio, por isso, decidi por não discutir com a menina, mesmo que isso não me deixasse confortável. Eu era o homem daquele quarto, eu teria que se preocupar com o conforto de Jynx e não ao contrário. Mas, as vezes, nem tudo acontece como desejamos. Estava com uma dor de cabeça infernal e por isso, certamente a menina estava certo. Precisávamos descansar.

Assim que Jynx subiu para a sua cama, fiquei parado, pensando em tudo o que acontecia na minha vida. Para ser sincero, apenas no que aconteceu desde aquela explosão que eu se quer tenho lembranças de momento antes, até o momento que atravessei os portões de Mortiri. Lembro-me exatamente do que pensei quando vi aquele prédio, com cores sem vida. Era o fim da minha história, seria esquecido para sempre. Não estava errado. Tinha muitas pessoas a minha volta, pessoas dos mais variados gêneros, mas nenhuma era meu amigo de verdade. Era muita gente, mas a solidão ainda era maior.
 

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Bruises, tears and dialogues

Muito tempo havia se passado desde a última conversa entre os colegas de quarto, a cada dia algo de novo acontecia e eles mal conseguiam conversar. Jynx se sentia cansada e apavorada com os últimos eventos e ultimamente quando ficava no quarto se sentava em sua cama e se recolhia durante toda a noite. Sempre andava com os braços cobertos e as mãos escondidas.

E foi numa dessas noites que ela acabou chorando em sua cama, lágrimas escorriam por seu rosto molhando o travesseiro já ensopado, seus soluços estavam baixos para ninguém ouvir, mas Theodore conseguia ouvir. Dele ela não poderia esconder, sua amizade já se tornara sólida a ponto de ele conseguir perceber somente pelo olhar o que ela sentia. Isso poderia ser bom, confiar em alguém, mas ela continuava com a ideia de que quando saísse dali não poderia hesitar por ninguém, por isso ela às vezes era fria.

Can you see the dark? Can you fix the broken? Can you feel.. can you feel my heart? Can you owe the hopeless? Well, I'm begging on my knees, Can you save my busted soul? Will you ache for me?

Tks: Liiz@ TPO